27.4.09

Moving up slowly!


Massive Attack have announced a 10 date UK tour this autumn starting with two dates at London’s O2 Academy Brixton on Thursday 17th and Friday 18th September.

Massive Attack make a triumphant return with their first full UK tour in three years; their last was for the album “Collected” released in 2006. More recently their live appearances have included Glastonbury where they were one of the main headliners and Meltdown at London’s Southbank Centre last summer, which Massive Attack also curated.

Massive Attack will release a new studio album in September.

http://www.femalefirst.co.uk/music/events/Massive+Attack+UK+Tour+2009-7966.html

e.. e.. e..

Segundo o site: http://www.koka36.de/massive%20attack%20_ticket_29986.html

30 de outubro em Berlin!

26.4.09

Yes, we Cannes!




Ativando minha cinefilia, ainda de leve, é verdade, nesse tempo que estou em Berlin só fui duas vezes ao cinema. [Pronto falei!]. Mas como foi bom colocar os pés novamente num cinema, escolher aquela poltrona no meio, numa fileira perto da tela, mas nem tanto, e esperar ansioso a sessão começar. O cinema em questão foi o Thalia Kino em Potsdam, cidade que fica a 40 km de Berlin, lá acontecia a 38ªedição do Studentenfilm Festival – Sehsüchte.

Na quarta-feira fui atrás do festival sem o mapa de Postdam, e claro, me perdi. Mas depois de algumas caras feias pro “festival de cinema estudantil” consegui achar o Thalia. Só assisti uma sessão de filmes, que me deixaram meio mal. Principalmente, Viersitzer, que era sobre um grupo que se conhecia na internet e marcavam de cometer suicídio coletivo. Lembrou bastante, O Sétimo Continente, de Haneke, filme que não sei se tenho coragem de ver de novo. [Esse ano Haneke ganha a Palma com a professora de piano lá!]

No sábado fui assistir a sessão infantil, foi ótimo por ter várias animações e por poder entender tudo que se passava. Lindo ver as crianças depois da sessão perguntando aos realizadores, de onde surgiu a idéia do filme, qual foi a técnica utilizada, quanto tempo pra fazer o filme e depois admiradas, “um ano!” Nesse mesmo dia ainda teve uma sessão muito boa, com filmes da Alemanha, Israel, EUA, Canadá, Polônia e Brasil. O filme brasileiro, O Dia M, de Paulo Leierer, muito bom. Almeida (Caco Ciocler) recebe a notícia do médico que irá morrer no próximo domingo. Oscilando entre o cômico e o trágico, Almeida vai fazendo os preparativos pro seu enterro, sendo sempre tratado com indiferença pelos convidados que não apareceriam. Passou na Mostra de São Paulo do ano passado, pena que não irá passar semana que vem no Cine-Pe. Na saída falei com Paulo sobre o filme e sobre o mercado de curtas, que aqui também parece ser basicamente festivais. Também teve outros filmes muito bons, como o polonês, A Story of a Missing Car, o americano Martha e o alemão, Bad Habit, little Rabbit.

Vejam mais infos sobre o festival no site: www.sehsuechte.de (em inglês também)

Sentido falta dos meus filmes com legendas em português, só trouxe meus filmes de Haneke, com exceção de Caché, Salò, aquele de Herzog sobre Klaus Kinsky, Meu Melhor Inimigo, esses em avi e Edukators em dvd. Não quis trazer pra me forçar a só ver filmes com legenda ou audio em alemão, mas acreditem, não é nada fácil. Passei quase 1 hora pra assistir 10 minutos de Good Bye Lenin, pausando e anotando vocabulário. Ufa! Passando agora na tv aquele filme sobre 50 cent, até que to entendendo bastante coisa, mas são diálogos bem básicos: “Was machst du? - Ich bin ein Gangster-rapper!” Hahaha

Em breve colocarei de verdade na ativa minha cinefilia, quando for em alguns cinemas postarei aqui. Ah sim, sem Cannes pra mim, festival só pra convidados, na França só irei mesmo em Paris. Me consolo pensando que ano que vem será a 60ª edição da Berlinale e também que poderei passar mais tempo em Madrid e Marrocos sem a Cote d Azur na minha vida.

12.4.09

saudades da minha gostosinha

o q tah pegando
eh q ela mora muito longe
bem q minha mae avisou
bem q minha mae avisou!

meu filho!
cuidado cm a conta do telefone! o telefone!
cm o telefone grampeado
meu filho!
cuidado cm os deslizes da antena parábolica
ela resolve, ms complica
será q vale a pena tanto sacrifício?
será q vale a pena tanto compromisso?
ms ela eh gostosa mae
tao gostosa!

GOSTOSA GOSTOSINHA GOSTOSONA!!!

11.4.09

Fahrrad


Quarta-feira, indo pra faculdade, levei uma multa porque passei o sinal vermelho de bicicleta. 45 euros! Aqui, ciclista também é obrigado a respeitar os sinais de trânsito. Esse sinal que passei, era numa rua de pouco movimento, não tinha carro, não tinha pedestre, não existia sinal específico pra bicicleta (mas, nesse caso, é pra se guiar pelo sinal dos carros), mas não adianta reclamar, chorar, dizer que pula da ponte se for de fato multado. O guarda vai dizer, kein Problem, a multa vai chegar no seu endereço. Foda que passei pela polícia e não vi que eram policiais, andam a paisana, mais pareciam dois turistas perdidos do que policiais. Passei por eles na ciclovia, pedalando normal, passei o maldito sinal e um pedestre falou algo como, sinal, polícia, cuidado. Pensei que tivesse reclamando comigo porque tinha passado o sinal vermelho (aqui se você faz algo errado, leva bronca de todo mundo) e segui em frente. Segundos depois, enconsta aí, polícia. Eu, em choque, você!? Aí parei, documentos, milhões de coisas em alemão, que não entendi direito e multa. Mais a frente vários policiais, dessa vez fardados, multando geral. Acho que eles tiram um dia do mês pra sair multando todo mundo e passam o resto do mês fazendo nada, porque foi a primeira vez que vi isso aqui. Mas resto do dia foi legal, fui dar uma volta por trás do Schloss Charlottenburg. Como é bom pedalar na terra, saudade disso. Mas tava com pneus lisos de asfalto, perigo na terra, tive que me controlar.

Ciclista aqui é bastante respeitado, tem ciclovia em quase toda cidade, sinais próprios pra bicicleta e a gente tem prioridade no trânsito, que os carros respeitam mesmo. Mas é preciso andar na linha, como tá bem exemplificado acima. Eu acostumado a andar em Recife, naquele caos, tendo que impor respeito aos motoristas, com vontade de sair chutando tudo que é retrovisor na Domingos Ferreira, levando fino de ônibus na Guararapes, fugindo de ladrão na Suassuna, que aqui ainda me sinto deslocado nessa perfeição. Ainda to aprendendo a me comportar no trânsito, e aqui parece que não adianta andar muito rápido, os sinais parecem ser sincronizados, nada de 40 km/h então.

Além dessa multa, já me meti em dois acidentes aqui. Uma vez caí na ciclovia porque algumas têm uma bordinha, a queda é certa se não se ligar. Mas nada grave não. E outro dia, ia atropelando criancinhas empacotadas no seus casacos e de bochecas rosadas do frio. Pensando na vida, pedalando a 30km/h na ciclovia, vi o sinal ficar laranja e nem pensei duas vezes, dá pra passar, mas o cruzamento era muito largo e as pessoas do outro lado viram abrir o sinal delas (e aqui é assim, abriu o sinal, nem olha pro lado, já vai atravessando. Claro, todo mundo respeita, sem problemas.) e foram atravessando, na frente, várias crianças. Vi já em cima, freio, aquele silêncio sonoro que precede os 3 segundos antes da queda, bicicleta foi virando, até parar em cima de uma das crianças, chegou nem a tocar nela, mas faltou um milimetro. A mãe indignada comigo, me dando uma bronca absurda e eu, assustado, falei desculpa em português, ela ainda me corrigiu, entschuldigung! Todo mundo reclamando comigo, dizendo que eu era doido, que isso não se faz, pra eu ter mais cuidado da próxima vez... Ainda bem que não tinha polícia nesse dia, era capaz de eu ser preso ou sei lá o quê. Engraçado que em Recife nunca me envolvi em acidente, com exceção daquela queda que me rendeu quatro pontos no braço, mas foi em trilha, não conta, e aqui em menos de seis semanas, já tenho essas histórias todas pra contar. Espero que parem por aqui.

Principal problema de se pedalar aqui é o frio, 0 grau com vento no rosto não é fácil. Nariz e orelha deixam de existir, fica difícil respirar. Mas agora é primavera, tá tranquilo de sair por aí de bicicleta. Outra facilidade pra quem pedala aqui, é que a gente pode levar a bike no metrô, isso ajuda muito e dá uma segurança, caso a bike quebre ou esfrie demais num dia. Mas tem que ter a manha pra levar bike no metrô lotado, apesar de existir os lugares próprios de se colocar a magrela. Dá até pra ir fazer trilha pelos arredores de Berlin, ir e voltar de trem. Qualquer dia faço isso.

As pessoas aqui amam bicicleta, quase todo mundo tem uma, mesmo que esteja enconstada esperando um conserto. Existem muitas lojas e é possível ver nas ruas, presas nos postes, bikes como Trek e Specialized, e ninguém rouba. Muita gente deixa as bicicletas presas apenas no aro, soltas, sem estarem presas a nada, sem problema também. To usando aqui a bike do meu primo. Até boa, quadro de alumínio bem leve, jogo Alívio, cubo blindado, aro duplo reforçado, nada a reclamar não, exceto a sela, que to pensando em trocar, dependendo do preço.

Em Berlin existe Bicicletada, não sei com quanta frenquência. Ainda não fui, tentar ir na semana que vem e conto como funciona aqui. E sorte pro Bicletada Recife! No more cars.

6.4.09

Praga - Prag - Praha






Es war spät Abends als K. ankam.





Foi através de Kafka que passei a me interessar por Praga. Seja quando ele narrava sobre as ruas dos bairros afastados, onde Josef K. seria julgado; ou na catedral onde se dá início aquela parábola sufocante [Diante da Lei] no mesmo livro; ou até mesmo a curiosidade, "de onde esse monstro vem?". O certo é que Praga é muito mais que Kafka, é muito mais que Kundera, ou qualquer outro cineasta ou músico tcheco, é um lugar mágico, indescritível, que não sei nem como vou conseguir narrar aqui. Tentemos, então.

Praga fica a apenas 350 km de Berlin, 4 horas de carro. Melhor alternativa seria Mitfahrgelegenheit (carona) porque seria mais rápido e barato, mas não encontramos nada no dia que queríamos, de trem não encontramos nada muito barato, então a solução foi ir de ônibus, 20 € (ida) 5 horas de viagem. Não foi nada mau.

Chegamos lá, perto das 15h na estação rodoviária de Praga, Florenc. Conseguimos sacar e trocar dinherio de boa (lá ainda não adotaram o euro, ainda usam coroas tchecas - 1 € = 25 kcz) e fomos tentar chegar no albergue. O metrô era perto, sem problemas pra achar. O metrô de lá fica muito abaixo da terra, muito mesmo, talvez por isso aquelas escadas rolantes sejam tão enormes e tão rápidas, e como são! De lá tínhamos que ir para Karlovo náměstí, conseguimos comprar passagem tranqüilamente e pegar o trem certo. Tudo foi fácil, apesar do idioma, porque o metrô se parece muito com o de Berlin, além de ser bem menor.

Descemos na estação e já vimos aquele prédio pós-moderno de Praga, esquecemos roteiro e tudo mais e fomos ver ele de perto. Por sorte andamos na direção certa e já estavámos no Vltava, rio que corta o centro de Praga. Com mapa impresso no google maps, achamos rapidinho o albergue. [A gente depende tanto do google, meudeus. ms até que ele é bem eficiente.] O albergue era o Chili Hostel, quarto com mais 4 pessoas, que na verdade só tinham mais duas, por 17 €. Até que foi limpeza. Foda que o quarto ficava no último andar, o quinto. Subir aquelas escadas mais tarde não foi fácil.


Deixamos tudo no albergue. Corre, corre, senão o sol vai embora! Parada pra comer uma pizza lá por perto, no Popo Cafe Petl. Um keller (porão) - como a maioria dos bares em Praga, a gente entra e tá tocando Cowboys, de Portishead! Putamerda, virei freguês! E super barato, como quase tudo em Praga, pizza pra uma pessoa por 49 kcz e a melhor cerveja que já tomei na vida por 23 kcz, a Staropramen - a cerveja tcheca é a melhor do mundo, bem mais suave que a alemã e gostosa pra caralho!

Já na rua andando pela beira do Vltava e quase gritando, que lugar é esse?! Chegamos na principal (isso é muito relativo) atração turística de lá, a Karlův most [Ponte Carlos], mas fomos para o outro lado, atrás do relógio astronômico e da Wenzplatz (a praça onde rolou a Primavera de Praga - essa só achamos de madrugada). Achamos o relógio, faltava quinze minutos para o "show" que o relógio faz quando vai trocar de hora, demos uma volta na praça, sol já descendo, pausa pra comer um cachorro quente típico de Praga com uma linguiça maior que o pão baguete e super gordurosa, recomendo não. Vimos a troca de hora na frente do relógio, muitos turistas se aglomeram pra ver isso, mas nada demais não. Então fomos tentar ver o pôr do sol na Ponte Carlos e ir atrás do Castelo de Praga. O sol já havia descido, mas ainda tava meio claro, as fotos ficaram imorais, e a culpa não foi minha.

Subimos infinitamente as ladeiras que iam dar no Castelo, e a gente nem tinha certeza se ia dar mesmo lá, mas no caminho tudo era tão lindo, as casinhas, as vielas, as escadarias estreitas e aqui e acolá uma torre enorme de alguma igreja ou coisa parecida. Chegamos no castelo e nem nos demos conta que era o castelo, era tão enorme que mais parecia um conjunto de palácios ou sei lá o quê. Entrando no castelo, andando, observando tudo, aí vimos duas torres enormes, que porra é essa?! Chegando perto, caralho!!! A Catedral de Sao Vita (acho que é isso) - Katedrála svatého Víta, que fica dentro do castelo. Uma coisa imoral! Catedral gótica, enorme, milhões de detalhes, incrível! Andamos bastante até chegar do outro lado do castelo, onde se podia ver a cidade toda de cima. De lá voltamos pra entrada principal do castelo e subimos ainda mais um pouco, para depois voltar para a Ponte Carlos e a Praça do relógio.

Lá comemos um porco, que é feito quase inteiro na brasa, meio caro, mas isso eu recomendo comer, muito bom! Andamos, andamos, quase sem rumo, pensando que não tinha nada mais pra ver, mas a cada rua, uma igreja, uma torre, um museu, uma casa de ópera, tudo enorme e suntuoso. Procurando um bar para tomar uma cerveja, comer algo e depois dormir, acabamos voltando pra perto do albergue, atrás do Popo Cafe Petl, que já tava fechado. Fomos pra outro bar, dificuldades pra falar com as pessoas, mas em bar os sinais são universais. Em Praga pensamos que quase todos falariam inglês ou alemão, mas não, muito gente só falava tcheco, e quem entende??? [As pessoas lá até que são simpáticas, diferente do que havia escutado. Mas, de fato, tinham pessoas muito antipáticas em Praga, que não queriam dar informação e não faziam o mínimo esforço pra ajudar. Mas tudo bem.]


Albergue, escadas infinitas, apaguei. Cinco horas depois, acorda! Comprar absinto, postais e tentar ir no Museu de Kafka. Café no albergue meio mais ou menos, mas foi só 60 kcz, tá lpza. Fizemos o check out logo, porque tinha que fazer até as 10h e iamos voltar nesse dia, mala enorme nas costas e rua. Comprei o absinto! 700ml 60° por 325 kcz! Acho que tá valendo.

Pensamos que o Museu de Kafka seria onde ela havia nascido ou pelo menos onde ele tinha morado e escrito algum livro, mas não, era só museu mesmo. Depois descobrimos que existem duas casas conservadas onde ele morou, numa delas é outro museu, se não me engano. Mas não deu tempo de ir lá. O museu é bem sensorial, com sons estranhos e projeções idem. Tem toda a história dele, muitas cartas, alguns manuscritos (as duas primeiras páginas do Castelo também!) e quase todas a primeiras edições dos livros dele. Vale a pena conhecer. Mas pouco tempo lá, a cidade vale bem mais a pena.

Ainda andamos um pouco pela cidade e já deu a hora de ir pra rodoviária. Trabalho pra achar de novo a estação, mas enfim achamos. Ônibus, dönner tcheco com preparo asiático e estou em Berlin de novo.