11.4.09

Fahrrad


Quarta-feira, indo pra faculdade, levei uma multa porque passei o sinal vermelho de bicicleta. 45 euros! Aqui, ciclista também é obrigado a respeitar os sinais de trânsito. Esse sinal que passei, era numa rua de pouco movimento, não tinha carro, não tinha pedestre, não existia sinal específico pra bicicleta (mas, nesse caso, é pra se guiar pelo sinal dos carros), mas não adianta reclamar, chorar, dizer que pula da ponte se for de fato multado. O guarda vai dizer, kein Problem, a multa vai chegar no seu endereço. Foda que passei pela polícia e não vi que eram policiais, andam a paisana, mais pareciam dois turistas perdidos do que policiais. Passei por eles na ciclovia, pedalando normal, passei o maldito sinal e um pedestre falou algo como, sinal, polícia, cuidado. Pensei que tivesse reclamando comigo porque tinha passado o sinal vermelho (aqui se você faz algo errado, leva bronca de todo mundo) e segui em frente. Segundos depois, enconsta aí, polícia. Eu, em choque, você!? Aí parei, documentos, milhões de coisas em alemão, que não entendi direito e multa. Mais a frente vários policiais, dessa vez fardados, multando geral. Acho que eles tiram um dia do mês pra sair multando todo mundo e passam o resto do mês fazendo nada, porque foi a primeira vez que vi isso aqui. Mas resto do dia foi legal, fui dar uma volta por trás do Schloss Charlottenburg. Como é bom pedalar na terra, saudade disso. Mas tava com pneus lisos de asfalto, perigo na terra, tive que me controlar.

Ciclista aqui é bastante respeitado, tem ciclovia em quase toda cidade, sinais próprios pra bicicleta e a gente tem prioridade no trânsito, que os carros respeitam mesmo. Mas é preciso andar na linha, como tá bem exemplificado acima. Eu acostumado a andar em Recife, naquele caos, tendo que impor respeito aos motoristas, com vontade de sair chutando tudo que é retrovisor na Domingos Ferreira, levando fino de ônibus na Guararapes, fugindo de ladrão na Suassuna, que aqui ainda me sinto deslocado nessa perfeição. Ainda to aprendendo a me comportar no trânsito, e aqui parece que não adianta andar muito rápido, os sinais parecem ser sincronizados, nada de 40 km/h então.

Além dessa multa, já me meti em dois acidentes aqui. Uma vez caí na ciclovia porque algumas têm uma bordinha, a queda é certa se não se ligar. Mas nada grave não. E outro dia, ia atropelando criancinhas empacotadas no seus casacos e de bochecas rosadas do frio. Pensando na vida, pedalando a 30km/h na ciclovia, vi o sinal ficar laranja e nem pensei duas vezes, dá pra passar, mas o cruzamento era muito largo e as pessoas do outro lado viram abrir o sinal delas (e aqui é assim, abriu o sinal, nem olha pro lado, já vai atravessando. Claro, todo mundo respeita, sem problemas.) e foram atravessando, na frente, várias crianças. Vi já em cima, freio, aquele silêncio sonoro que precede os 3 segundos antes da queda, bicicleta foi virando, até parar em cima de uma das crianças, chegou nem a tocar nela, mas faltou um milimetro. A mãe indignada comigo, me dando uma bronca absurda e eu, assustado, falei desculpa em português, ela ainda me corrigiu, entschuldigung! Todo mundo reclamando comigo, dizendo que eu era doido, que isso não se faz, pra eu ter mais cuidado da próxima vez... Ainda bem que não tinha polícia nesse dia, era capaz de eu ser preso ou sei lá o quê. Engraçado que em Recife nunca me envolvi em acidente, com exceção daquela queda que me rendeu quatro pontos no braço, mas foi em trilha, não conta, e aqui em menos de seis semanas, já tenho essas histórias todas pra contar. Espero que parem por aqui.

Principal problema de se pedalar aqui é o frio, 0 grau com vento no rosto não é fácil. Nariz e orelha deixam de existir, fica difícil respirar. Mas agora é primavera, tá tranquilo de sair por aí de bicicleta. Outra facilidade pra quem pedala aqui, é que a gente pode levar a bike no metrô, isso ajuda muito e dá uma segurança, caso a bike quebre ou esfrie demais num dia. Mas tem que ter a manha pra levar bike no metrô lotado, apesar de existir os lugares próprios de se colocar a magrela. Dá até pra ir fazer trilha pelos arredores de Berlin, ir e voltar de trem. Qualquer dia faço isso.

As pessoas aqui amam bicicleta, quase todo mundo tem uma, mesmo que esteja enconstada esperando um conserto. Existem muitas lojas e é possível ver nas ruas, presas nos postes, bikes como Trek e Specialized, e ninguém rouba. Muita gente deixa as bicicletas presas apenas no aro, soltas, sem estarem presas a nada, sem problema também. To usando aqui a bike do meu primo. Até boa, quadro de alumínio bem leve, jogo Alívio, cubo blindado, aro duplo reforçado, nada a reclamar não, exceto a sela, que to pensando em trocar, dependendo do preço.

Em Berlin existe Bicicletada, não sei com quanta frenquência. Ainda não fui, tentar ir na semana que vem e conto como funciona aqui. E sorte pro Bicletada Recife! No more cars.

2 comentários:

  1. todo mundo respeita o transito,
    menos tu o/

    sem carros \o
    vai muito na bicicletada
    ms eles reclamam ai dq?

    pena q nao deu pa roubar nenhuma criacinha
    de bochecha rosadinha e apertavel
    pa gent empalhar =/

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  2. aroma tão boa com as criacinhas...
    [empalhar]

    (:



    queria ver tua cara com as pessoas brigando
    em alemão contigo...

    putamerda!! hahaha

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