15.5.09

lalala lalalala



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Vou escutar sua música inteira
Venha dançar você até o fim
A sonora madrugada
Voada distante do amanhecer.



Olá olá todos,

Tempos sem escrever aqui, é que me falta justo o tempo. Tanta coisa pra escrever e compartilhar, mas não dá mesmo pra tá sempre postando aqui, é foda. Mas então, vou contar mais ou menos o que se passou comigo nesses dias.

Começo da semana passada não andava bem, então fui ver um filme, solução quase sempre infalível para sair de "cabisbaixamentos", dito e feito, saí novo do filme. Fui ver Milk no Hackescher Hof, cinema bem pequeno no centro onde passam filmes menos comerciais. O ingresso custou 6,50 euros, acho que foi o ingresso mais caro que paguei na vida, mas tudo bem. Foi estranho ver Sean Penn fazendo papel gay, pra mim ele sempre foi tão macho, porque o filme que sempre me vem à cabeça com ele é "Sobre Meninos e Lobos", onde ele é bem machão. Me lembro sempre dele falando sobre a mulher dele, naquela frase, mais ou menos assim, "pra pegar aquela mulher era preciso ter colhões". UHU. Isso foi um aprendizado importante para minha vida. hehehe Agora me vem ele dando aquelas bichadas, num personagem gay, mas que é muito homem, arrisco até a dizer que muito macho mesmo, pela coragem que teve. O filme me passou um dos melhores sentimentos que um filme pode passar, o desejo de liberdade, liberdade incondicional, e que se foda o que fere esse princípio, lutemos contra. Vi o filme com legendas em alemão com aúdio em inglês, deu para entender quase tudo, mas saí da sessão "sequelado" pelas duas horas de línguas, que não o português se misturando na minha cabeça.

Ainda tentei pegar a sessão de Duplicity no cinema da Postdamer Platz, mas me atrasei resolvendo umas coisas. Depois fiquei sabendo que, com exceção das salas 3D onde os filmes passam dublados em alemão, todos os filmes são na versão original em inglês e sem legendas, só tendo legendas quando o filme é de outra língua que não o inglês. É incrível como isso aqui é normal para os alemães, o inglês não é nem a segunda língua, é a primeira também, junto com o alemão. Mas pra mim não dá pra entender inglês, assim tão perfeitamente, na verdade acho que sou muito dependente das legendas. No filme brasileiro que passou no festival por aqui no mês passado, as legendas eram em inglês e eu ficava lendo todas, mesmo com o aúdio THX excelente da sala de exibição.

Semana passada foi a semana de resolver meu problema de moradia, agora estou morando em bairro até chique de Berlin, vejam só. Morando em Charlottenburg, a passos do castelo e alguns outros de um lago enorme. O quarto é bem grande e tenho vizinhos do mundo todo no meu andar. Gente do Líbano, Camarões, Turquia, Bulgária, Argentina, Alemanha, e claro, Brasil. Incrível como todo canto aqui tem brasileiro. Mas não quero falar em português não, isso é péssimo porque assim não me forço tanto a falar em alemão. Mas vá lá, a menina do Brasil é muito gente boa.

Fiz a mudança na semana passada e me joguei pra Hamburgo, tava tendo a Hafenfest lá, festa do 820º aniversário do porto. Adoro festa de rua, muita gente, shows de graça, me sinto às vezes no carnaval, teve até escola de samba lá. Dessa vez pude conhecer melhor a cidade, da outra vez tinha passado só um dia e me embriagado quase todo o tempo. Agora não foi muito diferente, primeiros dias só fiz sair e beber, sem conhecer nada que turista conhece, só depois de três dias fui andar pela cidade e conhecer as coisas. O porto é uma coisa impresionante, enorme, com navios cargueiros passando a toda hora na beira da "praia". Já távamos quase dentro do rio, quando passa um cargueiro enorme, formando umas marolas, que se a gente não corresse ia molhar um bocado. Ainda teve rave de graça, que foi do caralho! Conheci muita gente nessa viagem e consegui rever vários amigos.

Passei a semana toda lendo Josué de Castro, é impossível pra quem é de Recife não se identificar quase que 100% com a narrativa de Homens e Caranguejos. O ciclo do caranguejo é bastante cruel, mas pela antropofagia presente no ciclo, consegue ter algo de belo, homens comendo caranguejos, caraguejos comendo homens e ambos se transformando numa coisa só, nessa espécie de mimetismo que acontece nos quintais dos prédios de classe média alta e ali bem na frente das palafitas do Recife.

Estou infinitamente ligado ao Recife, meu coração permanece lá, mas minha cabeça ganhou o mundo, que apesar da vastidão parece estar sem fronteiras. Cidadão do mundo, como diria Chico.

Uma semana pra chegar na África. Semana essa que será corrida, tenho que entregar um trabalho na sexta para a cadeira de Naturschutzökonomie, espero que dê pra falar dos manguezais, aí já coloco a poética de Josué num trabalho de economia. Yeah!

Acabo de chegar das aulas, minha cabeça parece querer explodir de tanto alemão. A cadeira de hoje sempre me dá um sono danado porque não consigo entender muita coisa, mas a aula do curso de alemão é a melhor, eu não paro de rir na aula, só tem gaiato! hahaha

Vou indo, vou indo... Fazer meu jantar (ou seria almoço?), comprei até molho com carne e vinho pra jantar, vai ser um verdadeiro banquete. As cervejas também já estão gelando, hoje já saio daqui no ponto, sem precisar gastar 3 euros em meio litro de cerveja no meio da rua. ;)

Abraços, beijos, sorrisos e carinhos. Tenham um ótimo final de semana.

3 comentários:

  1. Fala Brecht... Li seu sentimentos vc esta inspirado....rsrsrs ve se n some... CIDADÃO DO MUNDO! abraços saudades

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  2. ai que inveeeeeeeeeeeja!!!!!! :D
    ja ja eu chego pra te visitar! Nicole

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  3. Diiiiz Cosmopolita! ;D Rapaz, estás me inspirando muito com essas viagens!! :O
    Tá tudo certinho aí?!
    Se cuida!! Abração
    TON SAMPAIO

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