30.7.10

Discopogo!

É mesmo impossível conhecer todas as discos em Berlim. Todo mundo se esforça, tenta ir para o maior número possível numa semana, mas a quantidade é absurda. E ainda aparecem novas, e boas, a cada semana. Indie, Rock, Metal, Mininal, RussenDisko, Dubstep, Drum n' Bass, Balkan Beats, Eletro, e sim, até Psy se encontra aqui. Que por sinal, espero que essa coisa tenha enfim saído de moda no Brasil.

Por onde começar falando desses lugares? Pela melhor? Mas isso é quase impossível falar. Então pelo lugar que mais fui. Mas isso variou muito. Enfim, começo falando do lugar dos segundos sábados de cada mês, uma das festas com mais gente por aqui. Se trata da noite do Balkan Beats no Lido. Talvez a coisa que mais esteja em moda em Berlim, é o Balkan Beats. E todo sábado que tinha isso no Lido, era uma fila enorme dobrando fácil a esquina. O Lido foi em alguma época um cinema. Mas em Berlim, cinema, se fecha, não vira estacionamento ou shopping center, virou nesse caso o Lido. Lugar grande, com festa de Rock na sexta e famoso pelo famoso DJ Robert Soko e seus hits do Leste Europeu e dos Bálcãs. Quase todo segundo sábado do mês, eu estive lá.

Outro lugar que fui bastante foi o Sage Club. Toda quinta-feira tem duas bandas ao vivo. Indie, Rock, Nu Metal, Trash, Hardcore, todos os estilos possíveis. Até às 22 horas é de graça e no verão dá pra entrar na piscina. No porão ainda tem um piso com músicas mais comerciais e uns rock mais leves.

No Sage, funciona nas sextas e aos sábados o famoso, clássico e fora de controle, Kit Kat Club. Não é um clube de sexo, muito menos um puteiro, mas acontecem, sobretudo aos sábados, festas com algumas orgias. Pra entrar no lugar tem que tirar a roupa quase toda, ou estar lá enquadrado no Dresscode, ou seja, couro, muito couro, látex, mas muito látex, e pouca, pouquíssima roupa. As mulheres mais lindas, as pessoas mais loucas, música muito boa, não dá vontade de ir pra casa. As cenas de orgias, de homens se masturbando, me lembram muito mais que um filme pornô, me lembram Kubrick e seu filme de despedida. Um toque muito grande de surreal.

Surreal e submundo é o Berghain. Isso não só por causa do Dark Room (Dark Room - texto), mas sim por todo ambiente, escuro, drogas, muita fumaça, música industrial, música extrema, Dubstep, pessoas loucas, extremas. Lugar indescritível, experiência única e sem dúvida um dos melhores lugares que fui na vida, mas é muito pra mim, só fui algumas vezes lá. O que pode-se chamar de rave, acontece uma vez por semana, começando no sábado às 23hrs e terminando na segunda de manhã. O segurança na entrada é o cara mais mal-encarado de Berlim, precisa-se de sorte e um pouco de estilo "cool" para entrar no lugar. O Berghain é considerada a melhor boate do mundo.

Outro lugar bem difícil de entrar é o Bar25, pela quantidade de pessoas que inventam de ir lá num sábado à noite e também pela seleção na entrada. Lá também é preciso ser cool. Nunca consegui entrar lá, com exceção da quarta passada, mas era chill out, pouca gente. De qualquer forma, é um ambiente muito legal, decorado por alguém que tomou muito doce. As festas do domingo são privadas, no domingo passado a festa chamava-se Albert Hoffmann alguma coisa. Lá também tem restaurante, sauna, piscina, pista de skate, volei de praia, circo, cinema. Uma pequena cidade na beira do Spree, o rio que corta Berlim. O Bar25 é o preferido de Tarantino em Berlim.

Consigo falar de tudo? Bom, perto do Bar25 tem o Maria. Nas sextas, eletro, nos sábados geralmente Drum n' Bass e Dubstep. Muito bom, de música muito boa, mas que às vezes tem a entrada meio cara. No Maria eu vi DJ Marky, numa fase bem London.

Onde também sempre ia para escutar Drum n' bass era o Icon Club, lugar pequeno, num porão, mas foi por um tempo, onde tinham os melhores eventos, não só de DnB, mas também outros estilos. Raw Tempel, Cassiopeia, Rosis, Lovelite também têm vez ou outra DnB e Dubstep. E no Lovelite, vez ou outra também, Balkan Beats. Sendo que nesses lugares, tem-se geralmente todo o tipo de música. Precisa-se sempre olhar a programação.

No Mittwoch Club, é preciso de uma senha pra entrar. Também fica num porão do que parece ser uma ocupação. Som misturado, mas bom. Muito estudante Erasmus, a língua falada lá é o espanhol.

Minimal e eletro sempre tem no Tresor, onde o som é extremamente alto, uma parte do lugar é dentro da estrutura de um cofre no porão. Também tem o Weekend com eletro mais comercial e soft, mas mesmo assim bom, mulheres lindas, estilo cocota, e talvez a melhor vista da cidade, cobertura ao lado da Fersehturm na Alex. Ainda tem o Suicide Circus, lugar que parece ser novo e sempre com bons eventos. Além do Watergate, com a pista de dança no mesmo nível do Spree, vista fantástica também e música eletrônica não-comercial, mas também não-extrema. E ainda, claro, eletro, o Bar25...

Soda, Puro, 40 Seconds, Adagio, Felix... são os lugares com muita mulher e música comercial. Só fui nos dois primeiros, o Puro é o Weekend da parte oeste com música mais comercial, também na cobertura, a vista aqui é da Gedächtniskirche. E o Soda é uma disco enorme com vários pisos na Kulturbrauerei, centro cultural com outras várias boates, casas de show e cinema. Adagio e Felix, pelo que ouvi, são lugares extremamente chiques.

Sophien Club e Fritz Club são para crianças, música bem ruim. Além da Matrix e da Q-Dorf, esses que nunca me atrevi a ir. Não recomendo de maneira alguma. Estar em Berlim e perder tempo em lugares como esses é um crime.

Voltando ao Rock, na verdade ao Indie, tem o White Trash Food, gostei bastante nas vezes que fui. Shows ao vivo nos sábados. Com indie também tem o Bang Bang Club, mas me senti velho lá, fiquei constrangido e fui embora. A música também era soft demais.

Lá perto do Bang Bang, tem o Tacheles, galeria de arte, venda de drogas e algumas discos e bares com Djs, como o Cafe Zapata. O Tacheles é um importante centro de resistência das ocupações em Berlim. Lugar que vale dar uma passada, pelo menos pra uma cerveja no final da tarde.

Nas segundas-feiras e em alguns outros dias que não me lembro é dia de RussenDisko no Kaffee Burger. Estilo Lido em dia de BalkanBeats, mas com menos gente e, claro, música russa.

Ainda acontecem no verão, raves nos parques, algumas delas ilegais, a gente fica até a polícia chegar. Além das festas secretas em prédios abandonados, ocupações, etc. Festas divulgadas boca a boca, sempre fiquei sabendo um pouco tarde demais. 

Isso tudo que escrevi são de certa forma os lugares mais conhecidos, ainda existe muito mais coisa. Mas mesmo assim, esses lugares todos foram suficientes para um ano e meio. O problema é chegar a conhecer tudo, saber onde estão acontecendo as melhores festas. Aqui sempre é importante olhar a programação, não dá pra sair na doida em Berlim, por ser enorme e ter todos esses lugares espalhados. Claro, com sorte, pode-se achar um porão qualquer com Dubstep, uma rave no meio de um parque, um lugar abandonado com festa ilegal. Acredito que há muito mais coisa, mas que nesse tempo que me resta, creio que não chegarei a descobrir. A cena da cidade é meio secreta

As entradas, quando custam, variam entre 3 a 15 euros. Identidade às vezes é preciso, assim como é preciso saber que em muitos lugares os seguranças selecionam quem entra ou não, e não adianta discutir. No começo quase não saia pra esses lugares, tentando economizar, mas depois me dei conta que se não conhecesse a cena e a noite de Berlim, não conheceria direito a cidade.

E claro, perdoem-me minha pouca noção musical, sobretudo em relação à música eletrônica. O que não é Drum n' Bass, Dubstep, Minimal ou Psy, classifico de Eletro. Mas fica aí, talvez, um breve guia da insana noite berlinense.

Site que desde sempre consultei com algumas dicas do que se fazer à noite (e de dia) em Berlim:

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[Acho que o texto irá precisar de complemento]

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