9.9.10

Deutsch

Alemão não é mesmo um idioma fácil, demorou para me sentir realmente seguro com o idioma, se bem que na universidade... lá a coisa nunca deixou de ser feia, apesar, de sim, ter feitos enormes avanços. Mas aqui não quero falar sobre gramática alemã e muito menos sobre lingüística alemã, termos demasiado complicados. É que agora indo deitar, me lembrei de um erro que eu sempre cometia, sempre falava Ich gehe ins Bett, Ich bin ins Bett, e sempre escutava Ach! Du bist immer ins Bett, Du und dein Bett hey! O certo seria Ich bin im Bett, sendo assim dativo. E já estou eu falando de gramática...

Bom, isso eu aprendi, mas até hoje tenho problemas com o Ö. Sempre pedia um Doner, ao invés de pedir um Döner. No caso, sempre pedia uma tempestade, invés do famoso sanduíche berlinense. Uma vez pedi um köfte, pra variar, e claro, falei: Ein Kofte, bitte. O cara não entende, repito kOfte, então ele, repita comigo, Kööööfte. Sempre fui alvo de piadinhas de quem não tinha esse problema com o maldito Ö.

Também era problemático o uso dos verbos modais, no começo havia uma lista grudada na parede com todos os 5 (são 5?) e seus significados. Tinha mesmo problemas com isso, e mesmo depois que aprendi, usava muito pouco. Falava: Na, hören wir Musik? Até começar a escutar, Wat? Ich hab gar nichts verstanden... E então passar a usar o danado do modal, Naja... wollen wir Musik hören? -Na, klar!

Os maiores problemas eram os com conotação sexual, e nem eram muitos, e mesmo assim muito sutis. Um dia cheguei animado na cozinha dizendo que podia dormir na casa da mãe de uma amiga na Polônia, cheguei dizendo, Ich kann mit der Mutter von Marta schlaffen!!! E todo mundo, Waaas??? Repito, Ja, nicht gut? Ich kann mit der Mutter von Marta schlaffen! Bom, estava falando que ia dormir, no caso transar com a mãe dessa minha amiga. O certo seria falar, Ich kann bei der Mutter von Marta schlaffen! Apenas a preposição bei no lugar de mit. Já tive muito problema com esse mit, mas depois passei a usar a favor dando uma de doido. Usando o mit, vendo a reação e então cambiando ou não para o bei. Vantagens de se ter a desculpa que não fala alemão direito.

Desculpa essa que sempre usava na universidade para adiar datas de trabalho, tentar ganhar um pontinho extra por ter ali me esforçado com esse idioma acadêmico desgraçado, de não entender nada nas reuniões (porra, aí não era nem desculpa mesmo), enfim uma série de desculpas que sempre funcionaram muito bem.

É ótimo e ao mesmo tempo terrível ter que fazer tudo numa língua que não é a sua. No primeiro mês era um terror pegar o U7 com Dick (sim, esse era o nome do cidadão), da TU até Neukölln. Mas depois de aí, uma certa fluência, passei a caçar gente pra conversar, não conseguia mais parar. E depois de um bom tempo, nos aí últimos 6 meses, conversar pensando direto em alemão, errando pouca coisa, senti mesmo que tinha evoluído bastante, mas ainda sem entender muita coisa e pedindo uma tempestade no lugar de um kebap.

2 comentários:

  1. hey, du! versuch mal weiter Deutsch zu sprechen dort in Recife! Triff dich mal mit Robert ;) Küüüüüüüschen! :*

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