O progresso brasileiro chegou a Berlim. O nosso progresso tem como principal pilar de sustentação a destruição.
O desenvolvimento das nossas cidades que em vez de nos propiciar melhores lugares para se viver, transformam nossas vidas num verdadeiro caos, nos restando as bolhas, quando não, as gaiolas de segurança máxima.
Berlim, no outro extremo do nosso significado de desenvolvimento, mantém várias características de uma cidade que se desenvolve sem sair destruindo tudo que se vê pela frente, ou mesmo onde o progresso parece ainda não ter chegado, pelo menos não da forma como nós brasileiros conhecemos. A liberdade do ser humano no meio urbano continua tendo prioridade, as pessoas são respeitadas durante o processo de transformação da cidade.
Mas ontem recebi uma mensagem bem triste de um amigo. Começaram a destruir a fábrica de sorvete abandonada onde nos reuníamos para tomar uma cerveja, conversar besteira e tirar as melhores fotos da Fersehturm. Esse telhado onde Nick está, já foi destruído. O resto da fábrica em pouco tempo também será demolida, no lugar serão construídos escritórios. Empresas de comunicação pretendem ocupar (ou o termo seria invandir?) todo o pedaço da margem do Spree que vai da Alex até a Warschauer Strasse, é o projeto Mediaspree.
Estruturas como a da fábrica de sorvete deveriam ser mantidas e restauradas, e não simplesmente destruídas, quando da existência de um projeto desse tipo.
Creio que a cidade perde com isso. E a perda para nós é imensamente grande.
O Mediaspree ainda pretende desocupar e destruir outros vários espaços na margem do Spree, como bares, restaurantes, boates e espaços culturais.
No Recife, querem vender o Parque dos Manguezais e aterrar o que resta dos nossos mangues.
[Minha última foto do local]
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