13.1.10

Nosferatu

Terça-feira à noite, Babylon Kino, Rosa-Luxemburg-Platz, muita neve, temperatura negativa. Fila enorme na frente do cinema para assistir Nosferatu com piano e coro. Depois de muito esperar, conseguimos entrar. Lá dentro só tinha lugar no chão. Sentamos, tiro os sapatos. Assim que começa o primeiro ato, abro o vinho que havia levado. Essa combinação, vinho e cinema é incrível. Na Alemanha se pode beber em qualquer lugar, país boêmio. E que lindo é, ver cinema lotado, sem mais lugar pra sentar, gente sem conseguir entrar, aquele ambiente de cinefilia, a expectativa para as cortinas se abrirem e o filme começar. Ontem os organizadores ficaram admirados com tanta gente e agradeceram por termos comparecido. Nós que agradecemos por manter bem vivo o expressionismo alemão.

Não quero aqui escrever sobre o filme. Seria muito pra mim escrever sobre. Nunca havia visto Nosferatu, com exceção do começo do primeiro ato. Fiquei impressionado com a variação das saturações do filme. Nunca havia visto isso num filme monocromático. A cena onde aparece a sombra enorme do vampiro abrindo a porta para atacar a mocinha é de dar arrepios. Está aí a assinatura de obra expressionisma alemã.

No final, aplausos entusiásticos. Pro filme, pro coro, pro pianista? Muitos aplaudiam de pé.

Garrafa de vinho vazia.

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