7.1.10

O Verde, O muro.

Ultimamente ando com uma vontade enorme de escrever sobre tudo que vejo, sem deixar passar nada, nem uma reflexao sequer. Infelizmente nao encontro tempo para tal, a Uni e meus sempre eventuais bicos me tomam todo o tempo. Nos tempos livres, invento mil atividades, encontro com meus amigos, converso e bebo pelas madrugadas.


Ando me inspirando muito para escrever, sobretudo sobre Berlim, devido ao Verde Violentou o Muro, de Ignácio Loyola Brandao. Livro que narra as experiencias de Ignácio em Berlim, onde morou durante 15 meses nos anos 80. O contexto era outro, mas as impressoes dele sobre a cidade parecem ser as mesmas que as que tenho hoje. No livro ele fala que nao consegue explicar direito o que é isso tudo aqui. Assim como a citacao logo no comeco do livro de Hans Christoph Buch:

„Algo com detalhes tao fantasticos que é dificílimo, quase impossível, explicar a um nao-berlinense. Uma situacao com nítidos contornos de ficcao científica, sem ser contudo: é a vida normal em Berlim – a normalidade do anormal.“

Livro esse que minha mae sempre falou para eu ler, e que, nao sei porque, sempre ignorei. Logo ela que indicou uma das minhas primeiras e melhores leituras, O Admirável Mundo Novo, de Huxley. Foi preciso vir um amigo de Recife, me trazer o livro que ela deixou com ele, para eu pegar e abrir na primeira página. Desde entao, nao consigo mais parar de ler. E agora, comeco a entender melhor a cidade onde vivo. Vontade de sentir cada cheiro, entrar em cada buraco, ir em todos os bares, ocupacoes e estacoes para conversar com todas as pessoas e escutar o que elas tem para contar.

Estou quase tomando uma decisao radical de quase nao fazer mais nenhuma viagem, respirar mais Berlim e com o dinheiro que nao gasto com as viagens comprar minha camera SLR. Assim posso também registrar melhor tudo isso aqui.

Agora escrevo um texto para apresentar semana que vem. Pois é, isso nao estou com inspiracao nenhuma, nao pelo tema, que até me interessa. Mas sim, pelo fato de ter que ler em ingles, pensar em portugues e escrever em alemao. Uma confusao.

O lugar onde estou, uma sala com mais de cem computadores, está completamente lotado. Todos escrevendo seus artigos, fazendo seus portfólios, editando fotos. Sao seis horas da noite, a foma comeca a apertar. Vou descer pro Atomic Café, lugar que descobri ontem através das francesas. O café é o único da universidade que fecha depois das 21h e fica no prédio de física. Lá voce mesmo se serve e voce mesmo paga, ninguém controla isso. E claro, funciona muito bem.

*Teclado evidentemente alemao.

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